Festa das Colheitas: Vindima e Pisada de Uvas, em Lanhas


O último fim de semana de Setembro mostrou quão quentes e gratas podem ser as colheitas, através da alegria dos cantares e acordeãos e a força do trabalho.

Em Lanhas, na Quinta da Igreja, realizou-se uma vindima seguida de uma pisada de uvas à antiga, e em Escariz S. Martinho realizou-se a 11ª edição da Festa das Colheitas, em agradecimento aos frutos da terra.

Duas iniciativas inseridas na programação municipal de Vila Verde Na Rota das Colheitas.

A vindima decorreu debaixo de um sol prazeroro de outono. Talvez por isso a atividade tenha decorrido em clima de alegria, materializada em cantares típicos e piadas lançadas espontaneamente entre cada cacho atirado ao cesto. Na Quinta da Igreja, 'apegada' à Igreja matriz da freguesia de Lanhas, os cerca de duas dezenas de trabalhadores, tantos homens como mulheres, cortaram os cachos de uvas adocicadas pelo calor do sol, transportaram os cestos com a ajuda de um trator e decarregaram-nos, um a um, no lagar à espera de pés que pisassem as uvas.

Enquanto isso era preparada a merenda pelas mulheres restantes, numa cozinha anexa improvisada: pataniscas, broa, vinho verde à fartura e ainda chouriça e presunto. A merenda foi levada, quase no final da jornada, ao campo onde decorria a vindima. Homens e mulheres, enquanto a mesa era posta em cima do trator, festejavam o momento com cantares afinados de graças e de alegria por mais uma jornada agrícola. Consolados os estômagos, prosseguiu-se a tarefa.

Ao final da tarde, para o lagar quase cheio de cachos, saltaram consecutivamente cerca de nove dos que vindimaram, entre eles duas mulheres, que encetaram com os tocadores de concertinas que ficaram do lado de fora uma desgarrada de cantares ao desafios que recolheu as gargalhadas gerais.

Este momento foi presenciado pela vereadora da cultura e turismo do município de Vila Verde, Júlia Fernandes e o eurodeputado José Manuel Fernandes, grandes aficionados da ruralidade. Esta Vindima e pisada de Uvas foi organizada pela Associação de Freguesias de Vale do Homem.


As graças pelas colheitas em Escariz S. Martinho

Em Escariz S. Martinho deu-se, mais uma vez, pelo 11º ano consecutivo, as graças pelos frutos da terra de forma alegre e abnegada, com a Festa das Colheitas. O ponto alto do certame é a exposição, na Igreja da freguesia, das dezenas de obras construídas com sementes. 'Ao todo trabalharam 12 pessoas nestes quadros, desde maio deste ano', referiu Daniel Vaz, membro da comissão da Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho. Sementes de sésamo, linhaça, grãos de arroz, lentilhas, graínhas de uva, sementes de couve e cánhamo foram as sementes identificadas em uma só obra.

'Estes quadros são inspirados em momentos dos mistérios do Rosário. Em 2011 foram os 'Mistérios Luminosos'. Este ano são os 'Mistérios da Alegria'', explicou o responsável da organização, 'É uma maneira bonita das gentes da freguesia demonstrarem gratidão pelas colheitas'. Aos cinco quadros juntam-se aos exuberantes arranjos de altar, feitos de véspera como frutos e legumes pelas cinco mulheres que habitualmente se ocupam de emparelhar cada um dos altares.

Na Igreja encontrava-se ainda uma outra exposição de miniaturas feitas em madeira de utensílios e alfaias agrícolas, feitos por Domingos Durães, também autor das fantásticas custódias feitas de sementes 'que todos os anos se vendem', acrescentou Daniel Vaz.

Para além das exposições na Igreja, a Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho tem outros atrativos, como a referência aos máscaras, uma tradição pagã das práticas agrícolas feitas por mulheres, que era 'atiçadas' pelo surgimento dos moços da aldeia a meio das sessões, mascarados para ninguém os reconhecer e que semeavam a confusão entre elas. Nesta Festa das Colheitas, os máscaras são um símbolos e em torno da igreja pairam manequins de aspeto assustador e foi instituído um concurso para premiar a máscara mais original.

Outro concurso que premeia um produto típico desta freguesia é o do Vinho de Maçã, comercializado durante a Festa. A desfolhada do milho aconteceu em pleno atrio da Igreja, no recinto da Festa, e foi um ato partilhado por vários elementos da comunidade. O trabalho transformou-se em animação com concertinas e cantares ao desafio, ao lado da zona das tasquinhas onde o cheiro a churrasco e pataniscas pairava no ar.

Já o domingo foi dedicado exclusivamente à venda de produtos hortícolas e animais e ainda ao folclore, a par das outras atividades da véspera.


Exposições de fotografia

Para ver até ao dia 7, a Exposição do Concurso de Fotografia 'Animalia', organizado pela Associação para a Defesa dos Animais e Ambiente de Vila Verde. A exposição está patente no hipermercado Pingo Doce de Vila Verde.

No dia 3 de Outubro é inaugurada a Exposição de Fotografia 'Olhares no Caminho de Santiago', que ficará na Biblioteca Municipal Prof. Machado Vilela até 28 deste mês. Esta exposição tem uma organização da Associação Confraria de Santiago 'Espaço Jacobeus' e do Município de Vila Verde.

2012-10-02 - Correio do Minho

Sem comentários:

Enviar um comentário