Apenas essa lenda. Heróica por sinal. Enquanto os homens iam erguendo as pedras no Monte de Saboroso, as mulheres transportavam-nas para o adro, fiando nas suas rocas, que traziam presas à cinta. Começou numa noite e ao romper da madrugada estava pronta. Tudo se fez numa noite, mas a erosão do tempo desgastou a sua cor, o seu brilho e os seus tesouros.
O suor, o esforço, a vontade humana foram o alicerce para erguer este pedaço de arte. Séculos depois, já em plena era moderna, a história parece ter vontade em repetir-se. O pároco Sandro Vasconcelos já realizou na igreja o lausperene - primeira iniciativa desde o ano 1988 -, cerimónia que abriu o apetite à recuperação total deste património minhoto. A sua ligação à comunidade é forte e única. Especial. Perante essa união nasceu uma vontade divina de voltar a sentir o pulsar humano.
O trabalho é muito pela frente e toda a ajuda é pouca. Escaliçar tectos, paredes e altares, sinos para o campanário, arranjo do chão, arranjo do telhado, intervenções de fundo que carecem de custos. Foram cantar os reis, percorrendo sessenta casas, ou seja, metade da freguesia. Angariaram já 5000 euros e têm outras iniciativas em carteira. Imaginação e solidariedade de mãos dadas. Pároco e conselho económico da freguesia em sintonia perfeita. Assente na fervura do grupo de jovens.
Projectos chumbados
“Vamos ter outras actividades e outro tipo de eventos, até porque deram entrada nos serviços do município projectos, mas foram todos chumbados. Naturalmente que recebemos as respostas com alguma estranheza, até porque se esta é a Igreja mais antiga do concelho de Vila Verde, tem de existir alguém que olhe de outra maneira. É património do concelho”, definiu Sandro Vasconcelos. “Como não há uma luz exterior para nos ajudar, temos que ser nós, dando um passo de cada vez, a realizar a obra”, concluiu o pároco.
Projectos chumbados
“Vamos ter outras actividades e outro tipo de eventos, até porque deram entrada nos serviços do município projectos, mas foram todos chumbados. Naturalmente que recebemos as respostas com alguma estranheza, até porque se esta é a Igreja mais antiga do concelho de Vila Verde, tem de existir alguém que olhe de outra maneira. É património do concelho”, definiu Sandro Vasconcelos. “Como não há uma luz exterior para nos ajudar, temos que ser nós, dando um passo de cada vez, a realizar a obra”, concluiu o pároco.
22-01-2012 - Correio do Minho
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