Alunos do Agrupamento de Escolas de Ribeira do Neiva dinamizaram sessão pública sobre os riscos naturais e o clima regional



No passado dia 27 de junho de 2012, decorreu uma sessão pública no salão nobre da autarquia de Vila Verde, apresentada por “jovens investigadores” do Agrupamento de Escolas de Ribeira do Neiva.


Ao longo deste ano letivo, foram desenvolvidos dois projetos científicos, no âmbito do clube de meteorologia e clube de proteção civil escolar e que culminou com a apresentação dos resultados através de uma sessão pública. Assim sendo, os alunos Liliana Soares, Samuel Silva e Paulo Oliveira - Clube da Proteção Civil, apresentaram uma proposta metodológica da “Carta de risco de incêndio, inundação e deslizamento em Ribeira do Neiva”.

Por seu lado, os alunos, Cristiana Dias, Andrea Domingues e Rui Rocha - Clube da Meteorologia, mostraram algumas conclusões do “Relatório climático de 2011 e semestre de 2012 e as situações meteorológicas extremas no concelho de Vila Verde”.

Relativamente à primeira temática, os alunos do clube da proteção civil, desenvolveram uma proposta metodológica de avaliação e classificação do grau de risco de incêndio, inundação e deslizamento, na área geográfica de Ribeira do Neiva. Os principais objetivos deste projeto, prendiam-se a inventariação dos pontos sensíveis de maior risco; desenvolvimento de competências de avaliação do risco; sensibilização da comunidade local e autoridades para o planeamento de risco; e apresentação de uma metodologia de avaliação de risco credível.

Para cada risco em análise, estabeleceram-se diferentes critérios, devidamente quantificados. Depois de inventariados os pontos mais sensíveis e as respetivas causas, definiu-se um plano de ação com propostas de minimização do risco. A região tem agora uma cartografia do grau de risco, tendo concluído que esta aplicação metodológica de cálculo de risco é simples, exequível e extensível a qualquer área geográfica. Os pontos sensíveis de incêndio e deslizamento, encontram-se Godinhaços (Lourido e Outeiro) e Pedregais (Fortinhais; Paredes); Rio Mau (Moega e Sins e Pinheiro de Cima).

Os pontos sensíveis de incêndio, localizam-se em Duas Igrejas (Outeiro); Marrancos (Monte); Porte la de Cima. Os pontos sensíveis de inundação, destacam-se em Goães (Angulo Quarenta). Também concluíram que o incêndio, é o maior risco em extensão geográfica na Ribeira do Neiva. Como intervenção e minimização do risco, estes jovens investigadores propõem a reflorestação de folhosas do monte do Oural e monte da Borrelho; restrições à construção na Moega, Lourido-Outeiro e no Ângulo Quarenta.

O clube de meteorologia da escola, existente desde Outubro de 2010 e coordenado pelos professores Sérgio Bastos; Teresa Vilela e Margarida Costa, conta atualmente com 25 membros. De acordo com os registos diários feitos a partir da sua estação meteorológica, permitiu elaborar um relatório climático da região com conclusões interessantes.

Nos últimos 2,5 anos, houve uma tendência para invernos secos (especialmente Dezembro e Fevereiro). A primavera tem registado grandes oscilações térmicas e de pluviosidade. Tem havido uma predominância e crescente aumento do número de meses secos. O ano de 2011 em Ribeira do Neiva, foi quente (especialmente na primavera) e moderadamente seco.

O primeiro semestre de 2012, registou grandes amplitudes térmicas e tem sido seco (especialmente no inverno). Particularmente, foi estudada a situação de seca no inverno de 2012. Segundo dados da estação meteorológica da escola de Ribeira do Neiva, o período de Janeiro a Março foi muito seco com uma precipitação acumulada de 85 mm, 5 vezes inferior à normal. Mais curioso, são os escassos 2 mm de precipitação acumulada em Fevereiro de 2012, sendo considerado um mês extremamente seco. Pelo contrário, Maio de 2012 foi muito chuvoso com um valor acumulado de 200 mm (bastante acima da normal - 120 mm).

Ao nível da temperatura, destaca-se também o mês muito frio de Fevereiro de 2012, com temperaturas mínimas inferiores a 2ºC, quando a normal é de 5,5ºC. Aliás, a mínima mais baixa ocorreu em 6 de Fevereiro com - 4ºC. No plano inverso, Março de 2012, foi bastante quente com temperatura máxima mensal de 21ºC, muito acima da normal (17ºC), e que se refletiu num período crítico de incêndios florestais na região.

01-07-2012 - Correio do Minho

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