Cabazes agrícolas directos ao consumidor

A Associação das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave (ATAHCA) vai lançar dia 6 de Outubro o projecto PROVE — Promover e Vender. A acção vai ter lugar, pelas 15h00, em seminário integrado no programa da Festa das Colheitas, mostra de produtos regionais que celebra a 20.ª edição de 5 a 9 de Outubro, em Vila Verde.


Evitando intermediários, o PROVE propõe-se facilitar a colocação de produtos, directamente do produtor ao consumidor.

Para quem compra, haverá garantia de produto fresco, do dia, a baixo custo, ainda com possibilidade de conhecer a propriedade onde os produtos são cultivados, explicou Mota Alves, presidente da ATAHCA. Em todo o país, o programa já envolve dezoito associações de desenvolvimento local, cabendo à ATAHCA a sua implementação no Baixo Minho, adiantou, acrescentando ainda que na região Norte outras associações assumem o projecto para o Alto Minho e para o Vale do Sousa.

O PROVE envolve a organização de cabazes, uns de valor mais alto e com mais produtos, outros de valor mais baixo e menos produtos, em que produtor e consumidor combinam data e local de entrega. Pretende-se ajudar os agricultores a garantir o escoamento dos produtos e, em vez da monocultura, promover a policultura com maior aproveitamento da terra ao longo do ano.

Segundo o presidente da ATAHCA, esta poderá ser também uma via para atrair mais jovens para a actividade agrícola.

Mota Alves assumiu que este projecto tem em vista o mercado comprador de Braga. Do mesmo modo, dia 3 de Outubro vai ter lugar na Livraria 100.ª Página uma mostra de livros temática subordinada ao tema ‘Uma leitura pelo mundo rural: Vila Verde na Festa das Colheitas’.

Festival gastronómico, concursos de produtos típicos e animais, encontro de concertinas e festival folclórico são outros pontos do programa da Festa das Colheitas. Ontem, na apresentação, Manuel Barros, presidente da empresa municipal Proviver, vincou o propósito de manter a qualidade e visibilidade da Festa das Colheitas, reduzindo custos em 30%.

António Vilela, presidente da câmara, considerou que o mundo rural “tem sido o parente pobre da economia” e apontou a Festa das Colheitas como acção que valoriza o território do ponto de vista agrícola mas também no do turismo.

“Sem agricultura não há turismo rural”, lembrou, vincando que os turistas não procuram uma casa em espaço rural se não puderem apreciar campos de milho ou de vinho ou cruzar-se com cabras e com vacas.

A vereadora Júlia Fernandes destacou a componente social da Festa das Colheitas, vincando a presença de organizações como a APPACDM — Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, entre outras, em recolha de produtos, além da presença de idosos, visando juntar cinco centenas, dia 7, a chamada ‘mega aula’ das colheitas e de alunos das escolas, havendo nesse caso também uma componente educativa.

29-09-11 - Correio do Minho

Sem comentários:

Enviar um comentário