AIP em Vila Verde: “vamos apostar forte no sector do artesanato”



A ADERE-Minho entregou os prémios aos vencedores do concurso Inovarte, contudo para primeiro plano saltaram as declarações de José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa, que garantiu uma forte aposta no artesanato, assente em quatro novidades: “o artesanato vai passar a ter lugar no conselho executivo da direcção da associação, com uma alteração dos estatutos; vai haver uma forte aposta na certificação e em projectos da área comercial; protecção social às pequenas empresas; e o papel do artesanato na grande montra, que é a Feira do Artesanato Nacional”.


Antes destes anúncios, diga-se que Abílio Vilaça, presidente da ADERE-Minho, tinha lançado o repto para um olhar redobrado para o sector, numa altura em que “o artesanato vive um momento complexo”. “É preciso de uma vez por todas decidir, até porque o artesanato é muito importante para o país e para o turismo”. “O caminho da certificação tem que ser trabalhado e os exemplos vêm de países como França, Inglaterra e Alemanha, que já seguiram esse caminho há algum tempo”, destacou Abílio Vilaça. “A AIP tem capacidade para avançar, chegou o momento de dar um passo em frente, até porque o artesanato pode potenciar rapidamente 20 mil postos de trabalho em Portugal”.

Presente na cerimónia esteve igualmente César Pires, vereador do município de Barcelos, o único do continente com dois produtos certificados. César Pires abordou a questão das “taxas” aplicadas ao artesanato, numa comparação a outros sectores. “O artesanato não é uma micro-empresa. É cultura, é arte. São criadores, não são produtores em série e como tal é preciso ter atenções fiscais”, referiu César Pires.

Altino Bessa, deputado na Assembleia da República Portuguesa, também esteve neste evento, e foi considerado por Abílio Vilaça “um amigo do artesanato e da ADERE-Minho”.

José Eduardo Carvalho deixou assim palavras de esperança, apesar de considerar que ao nível nacional não se perspectivam “mudanças por parte do Governo da República”. “O momento é de impulsionar as exportações, contrair no mercado interno e diminuir o consumo privado”. “Este cenário não vai evoluir no próximo ano, por isso é quase uma obrigação, um dever da AIP olhar para os sectores pouco protegidos em Portugal”, concluiu.


31-08-2012 - Correio do Minho

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